quinta-feira, 10 de agosto de 2017

 Embriologia I


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  A Embriologia estuda o conjunto de transformações que se processam num organismo em desenvolvimento, desde a formação da célula-ovo ou zigoto até o nascimento. Uma vez que já estudamos a fecundação, vamos considerar agora cinco tópicos: tipos de óvulo; segmentação ou divisão da célula-ovo; gastrulação e constituição dos folhetos embrionários; organogênese ou formação dos órgão animais; anexos embrionários.


Tipos de óvulo e ocorrência:


  Os óvulos são gametas femininos que serão classificados em função  das diferentes quantidades de vitelo(reservas nutritivas) e das suas variadas formas de distribuição no interior do citoplasma. Essas duas características determinam aspectos diferentes no desenvolvimento embrionário.

  • Oligolécito: 



   Os óvulos oligolécitosisolécitos ou alécitos apresentam pequena quantidade de vitelo, distribuído de maneira mais ou menos uniforme no citoplasma. Nos mamíferos podem ser chamados de metalécitos.

  • Heterolécito 


 Óvulos telolécitos com diferenciação polar incompletaheterolécitos ou mediolécitos apresentam quantidade média de vitelo com distribuição desigual nos dois polos citoplasmáticos. No polo animal, onde se localiza o núcleo, a quantidade de vitelo é menor que no polo vegetativo.

  • Telolécito


 Nos óvulos telolécitos com diferenciação polar completa ou megalécitos, há grande quantidade de vitelo. No polo animal encontra-se o núcleo e o citoplasma e no polo vegetativo concentra-se o vitelo.

  • Centrolécito


   Os óvulos centrolécitos concentram uma parte do seu vitelo no centro do citoplasma, ao redor do núcleo e a outra parte na periferia citoplasmática.


Segmentação ou clivagem


A partir do zigoto, as mitoses vão formando blastômeros, que são células indiferenciadas. Esse período vai até a formação da blástula. Nos óvulos oligolécitos e heterolécitos ocorre também a passagem por um estágio intermediário que é a mórula.
No estágio de blástula o embrião apresenta-se uma camada de células (blastoderme) que envolve uma cavidade central (blastocela)
segmentação depende da quantidade de vitelo e sua respectiva distribuição:
a) Segmentação total ou holoblástica.
O zigoto faz divisão total, por apresentar pequena quantidade de vitelo. Essa segmentação pode ser:
  • total e igual  =  aquela em que os blastômeros resultantes têm igual tamanho. Ocorre em ovos oligolécitos, como o dos equinodermos (ouriço-do-mar).
  • total e desigual  =  caracterizada por apresentar blastômeros de tamanhos diferentes. Formam-se blastômeros de pequeno tamanho ou micrômeros e blastômeros de maior tamanho, os macrômeros. Essa forma de segmentação ocorre em ovos heterolécitos.
b) Segmentação parcial ou meroblástica.
O zigoto realiza divisão parcial. Ocorre nos ovos com muito vitelo. Nesse caso o polo vegetativo, onde se localiza o vitelo, não entra em divisão. Essa segmentação pode ser de dois tipos:
  • parcial discoidal  =  ocorre em ovos megalécitos, como em répteis aves. A segmentação atinge apenas a região do polo animal.
Os blastômeros resultantes dessa segmentação formam um disco denominado blastodisco, a partir do qual posteriormente se formará o embrião.
  • Parcial superficial  =  ocorre nos ovos centrolécitos, como os dos insetos. O núcleo vai se dividindo sucessivamente e os núcleos resultantes migram para a periferia do ovo. Nesse local são formadas as membranas celulares, apresentando-se uma camada de células, a blastoderme, que envolve a cavidade central.

Gastrulação

 Gastrulação é o nome do processo pelo qual ocorre uma invaginação nos tecidos do embrião, formando os folhetos embrionários. Em humanos, a gastrulação dá origem a um disco embrionário com três lâminas, ou três folhetos germinativos: endoderma, mesoderma e ectoderma, sendo caracterizados como triblásticos.
O endoderma dá origem aos tecidos de revestimento do sistema digestório, respiratório e às células de glândulas de órgãos como o fígado e pâncreas.
  O ectoderma origina o sistema nervoso e a epiderme.
  O mesoderma origina quase todo o restante.
 Durante a gastrulação há a formação da notocorda e o embrião recebe o nome de gástrula.
  Em humanos, na terceira semana forma-se a linha primitiva, que é um acúmulo de células do epiblasto e sua extremidade anterior forma o nó primitivo, evidenciando um eixo cefálico-caudal. A partir das células da linha primitiva formam-se as células do mesênquima, que origina o mesoderma. O epiblasto origina o ectoderma e o hipoblasto origina o endoderma.
  A notocorda começa ser formada quando algumas células do mesênquima migram na região do nó cefálico e crescendo entre o mesoderma e o ectoderma.
  Na região caudal da linha primitiva forma-se a membrana cloacal, que dará origem ao ânus.
   A linha primitiva degenera, porém se persistir em humanos dá origem a um tumor chamado teratoma.
  Por volta da segunda semana forma-se o alantóide, que tem função na atividade respiratória e é local para armazenar urina de embriões de répteis, aves e alguns mamíferos. Em humanos está relacionado com o desenvolvimento da bexiga urinária.
  Na gastrulação também temos a formação do arquêntero, que pode se chamado de intestino primitivo, e a formação do blastóporo, que é o ponto de invaginação da gastrulação.
  Em alguns animais, o blastóporo dá origem à boca, e são chamados de protostômios. Quando o blastóporo dá origem ao ânus, são chamados de deuterostômios.

Organogênese 


   A Organogênese é o processo de desenvolvimento no qual os três folhetos embrionários se diferenciam e dão origem aos órgãos internos do organismo.
Os Três Folhetos Germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma) que dão origem a todos os órgãos e tecidos são formados durante a Gastrulação.
Alguns derivados dos folhetos germinativos são (Figura 4):
Ectoderma: sistema nervoso central e periférico; epitélios sensoriais do olho, da orelha e do nariz; epiderme e anexos (unhas e pelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos dentes; gânglios espinhais, autônomos e cranianos ( V, VII, IX, X ); bainha dos nervos do sistema nervoso periférico; meninges do encéfalo e da medula espinhal.
Mesoderma: tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; músculos estriados e lisos; coração; vasos sanguíneos e linfáticos; rins; ovários, testículos; ductos genitais; membranas pericárdica, pleural e peritonial; baço e córtex das adrenais.
Endoderma: revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; tonsilas; tireóide e paratireóides; timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva.

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